Uma semente madura possui em seu interior o
embrião e substâncias nutritivas, que podem estar armazenadas no endosperma ou
no cotilédone ou em ambos, dependendo da espécie. As plantas que
apresentam dois cotilédones são classificadas em eudicotiledôneas, já que
as que possuem apenas um são denominadas monocotiledôneas. Em extremidades
opostas no embrião se encontram os meristemas apicais do caule e da raiz.
A raiz embrionária é chamada de radícula, a qual apresenta uma
grande capacidade de multiplicação, pode estar envolvida por um capuz protetor
designada de coifa (Figura 1A). Na outra extremidade está situado o meristema apical
do caule, conhecido como caulículo. A região localizada entre a radícula e o
cotilédone é denominada hipocótilo (do grego hypo, abaixo, kotyledon,
cotilédone), já a região superior, entre o cotilédone e o meristema apical
do caulículo é chamada de epicótilo (do grego epi, acima) (Figura
1A). Nas gramíneas, um grupo de monocotiledôneas, o caulículo é
envolto por uma bainha protetora designada coleóptilo (do grego koleos,
lâmina, e ptilon, pena) (Figura 1B).
A germinação é
a retomada do crescimento pelo embrião. Para tanto, determinados fatores devem
ser atendidos, estando entre os principais a água, temperatura, oxigênio e
luz. O início da germinação ocorre com a absorção de água pela semente,
fenômeno físico denominado embebição. A embebição promove o aumento no volume
da semente, o que ocasiona o rompimento do seu tegumento (casca), permitindo a
entrada de oxigênio. Esse gás é essencial para a respiração das células
embrionárias.
A primeira parte do embrião que
emerge é a radícula, o que possibilita a fixação da planta em desenvolvimento
no solo. A radícula logo se diferencia na raiz primária, a qual na maioria das
monocotiledôneas se degenera e é substituída por raízes adventícias, que
recebem essa denominação por derivarem de regiões caulinares da planta, não de
outras raízes. Nas eudicotiledôneas, a raiz primária permanece e dela se
originam as raízes laterais.
A
forma pela qual o caule emerge da semente durante a germinação varia entre as
espécies de plantas. No feijão, por exemplo, o hipocótilo se alonga e se
torna encurvado, elevando-se como um “cotovelo”, denominado de gancho de
germinação (Figura 1A). Esse gancho abre caminho entre as partículas do solo,
protegendo a extremidade da planta. Ao alcançar a superfície do solo, o gancho
estica e projeta os cotilédones, que se separam expondo a extremidade do
embrião. Este tipo de germinação, na qual os cotilédones emergem do solo, é
conhecido como epígea. Devido ao consumo das suas reservas, os cotilédones vão
reduzindo de tamanho ao longo do processo de germinação e desenvolvimento da
planta, até que finalmente caem. Este é o ponto de estabelecimento da planta,
ou seja, quando esta não depende mais das reservas da semente para
sua nutrição.
Nas sementes de milho, entretanto,
não há a formação de um gancho de germinação (Figura 1B). Após a emergência da
radícula, o coleóptilo se alonga até alcançar a superfície do solo. Através de
uma abertura na sua extremidade, ocorre a emissão das primeiras folhas. Como o
cotilédone permanece abaixo do nível do solo, essa germinação é classificada
como hipógea.
Referência bibliográfica: Raven, P.; Evert, R.F. &
Eichhorn, S.E. 2007. Biologia Vegetal. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
830 p.
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